quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A Balada de Leithian Parte 2


Abaixo segue-se a segunda parte do primeiro capítulo da Balada de Leithian.Boa Leitura!
A Aventura de Beren filho de Barahir e Lúthien a elfa chamada Tinúviel o rouxinol ou a Balada de Leithian Libertação do Cativeiro:
De Lúthien a Amada

Tais ágeis membros não mais correrão
na verde terra debaixo do Sol;
tão bela uma donzela não mais será
desde a aurora ao anoitecer, desde o Sol ao Mar.
O seu vestido era azul como os céus de Verão,
mas cinzentos como o entardecer eram os seus olhos;
o seu manto bordado com belos lilios,
mas escuros como as sombras os seus cabelos.
Os seus pés eram rápidos como um pássaro a voar,
o seu riso alegre como a Primavera;
o esbelto salgueiro, o dobradiço junco,
a fragrância de um prado florido,
a luz sobre as folhas das árvores,
a voz da água, mais que tudo isto
era a sua beleza e bem-aventurança,
a sua glória e encanto.

Ela habitava na terra encantada
enquanto o poder élfico ainda dominava
os bosques entrelaçados de Doriath:
ninguém nunca para ai encontrou o caminho
sem ser convidado, nem a beira da floresta
se atreveu a passar, ou agitar as folhas atentas.
Para norte ficava uma terra de medo,
Dungortheb onde todos os caminhos acabavam
em colinas de sombras escuras e frias;
para lá era o domínio da Mortífera Floresta sob a Noite
na crescente sombra de Taur-nu-Fuin,
onde o Sol era doentio e a Lua pálida.
Para Sul a grande terra inexplorada;
para Oeste o antigo Oceano troava,
não navegado e sem costas, imenso e selvagem;
para Este em picos de azul empilhadas,
em silêncio envolvidas, encimadas de névoa,
as montanhas do mundo exterior.

Assim Thingol no seu belo salão
entre as altas Mil Cavernas
de Menegroth como rei vivia:
para ele nenhuma estrada mortal levava.
Ao seu lado sentava-se a sua rainha imortal,
a bela Melian, que tecia invisíveis
redes de encantamentos em redor do seu trono,
e feitiços eram postos em árvore e pedra:
aguçada era a sua espada e alto o seu elmo,
o rei da faia, carvalho e olmo.
Quando a erva era verde e as folhas longas,
quando o tentilhão e o tordo cantavam a sua canção,
ai por baixo dos ramos e debaixo do Sol
na sombra e na luz corria
a bela Lúthien a dama élfica,
dançando em vales e verdejantes clareiras.

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