terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Balada de Leithian Parte 7


Abaixo segue-se a quarta parte do segundo capítulo da Balada de Leithian. Boa Leitura!

A Aventura de Beren filho de Barahir e Lúthien a elfa chamada Tinúviel o rouxinol ou a Balada de Leithian Libertação do Cativeiro:

De Gorlim o Infeliz

Gorlim o Infeliz, filho de Angrim,
como a história conta, destes era o
mais impetuoso e desesperado. Ele para esposa,
enquanto boa a sorte da sua vida,
escolheu a branca donzela Eilinel:
doce amor eles tinham antes do mal chegar.
Para a guerra ele foi; da guerra regressou
para encontrar os seus campos e quinta queimados,
a sua casa esquecida sem tecto estava,
vazia entre o bosque sem folhas;
e Eilinel, branca Eilinel,
foi levada para onde ninguém podia dizer,
para a morte e escravidão muito longe.
Negra foi a sombra desse dia
para sempre no seu coração, e a duvida
ainda o roía enquanto ele andava
pela natureza procurando, ou à noite
muitas vezes sem sono, pensando que ela podia
antes do mal ter vindo fugido a tempo
para os bosques: ela não estava morta,
ela vivia, ela voltaria outra vez
para o procurar, e considera-lo ia morto.
Assim às vezes ele deixava o esconderijo,
e secretamente, sozinho, ia correndo perigo,
visitar a sua velha casa à noite,
partida e fria, sem fogo ou luz,
e nada senão desgosto renovado ganhava,
observando e esperando em vão.

Em vão, ou pior - pois muitos espiões
tinha Morgoth, muitos olhos ocultos
bem usados para penetrar o escuro mais negro;
e a chegada de Gorlim eles assinalaram
e reportaram. Assim chegou um dia
quando uma vez mais Gorlim rastejou até lá,
pela deserta estrada de erva
ao entardecer de um triste Outono com chuva
e frio vento lamentoso. Olhai! uma luz
na janela flutuando na noite
pasmado ele viu; e aproximando-se,
com fraca esperança e súbito medo,
ele olhou para dentro. Era Eilinel!
Apesar de estar diferente, ele conheceu-a bem.
Com desgosto e fome ela estava cansada,
os seus cabelos emaranhados, vestido rasgado;
seus olhos gentis com lágrimas estavam sombrios,
enquanto docemente chorava: "Gorlim, Gorlim!
Tu não me podes ter esquecido.
Então morto, ai de mim! Tu deves estar morto!
E eu devo permanecer fria, sozinha,
e sem amor como uma pedra estéril!"

Um grito ele deu - e então a luz
apagou-se, e no vento da noite
lobos uivaram; e no seu ombro caíram
subitamente as tormentosas mãos do inferno.
Ali os servos de Morgoth rapidamente o apanharam
e ele foi cruelmente atado, e trazido
a Sauron, capitão da hoste,
o senhor de lobisomens e fantasmas,
o mais hediondo e cruel de todos os que se ajoelham
diante do trono de Morgoth. Em grandeza ele habitava
na Ilha de Gaurhoth; mas agora tinha conduzido
a sua força para fora, a mando de Morgoth
para encontrar o rebelde Barahir.
Ele estava num escuro acampamento próximo,
e para ai os seus carniceiros arrastaram a sua presa.
Agora ali em angustia estava Gorlim:
com corda no pescoço, em mão e pé,
a cruel tormento foi sujeito,
para quebrar a sua vontade e o forçar
a comprar com traição o fim da dor.
Mas nada ele revelou
de Barahir, nem quebrou o selo
de fé que na sua língua estava posto;
até que por fim uma pausa foi feita,
e um chegou calmamente a seu lado,
uma forma escura que se inclinou, e falou
lhe de Eilinel sua mulher.
"Queres tu," disse ele, "esquecer a tua vida,
que com umas poucas palavras pode ganhar a libertação
para ela, e para ti, podendo partir em paz,
vivendo juntos longe da guerra,
amigos do Rei? Que queres tu mais?"
E Gorlim, agora muito cansado com dor,
e ansiando por ver a sua esposa outra vez
(que ele supunha que tinha sido também apanhada
na rede de Sauron), permitiu o pensamento
crescer, e vacilou no seu juramento.
Então direito, com pouca vontade e relutante,
eles trouxeram-no para a cadeira de pedra
onde Sauron se sentava. Ele ficou sozinho
diante daquela escura e tenebrosa face,
e Sauron disse: "Vamos, escória mortal!
O que é que eu ouvi? Que tu ousas querer
negociar comigo? Bem, fala a verdade!
Qual é o teu preço?" E Gorlim lentamente
baixou a cabeça, e com grande desgosto,
palavra por palavra, por fim implorou
aquele impiedoso e pérfido senhor
que ele pudesse partir livre, e pudesse
outra vez encontrar Eilinel a Branca,
e viver com ela, e deixar a guerra
contra o Rei. Ele não pediu mais.

Então Sauron sorriu, e disse: "Escravo!
O preço que pedes é pequeno
por traição e vergonha tão grande!
Eu concedo-to com certeza! Bem, eu espero:
Vamos! Fala depressa e fala verdade!"
Então Gorlim hesitou, e recuou
um pouco; mas o olho assustador de Sauron
fê-lo parar, e ele não se atreveu a mentir:
assim que ele começou, assim ele se encaminhou
do primeiro passo em falso para um fim desleal:
a tudo ele teve que responder como sabia,
traindo o seu senhor e irmandade,
e acabando, caiu sobre a sua face.

Então Sauron riu bem alto, "Sua escória,
seu verme curvado! Levanta-te,
e ouve-me! E agora bebe a taça
que eu docemente misturei para ti!
Seu idiota: vistes um fantasma
que eu, eu Sauron fiz para enganar
a tua vista. Nada mais estava ali.
Os espectros de Sauron são demasiado frios para casar!
A tua Eilinel! À muito que está morta,
morta, alimento de vermes menos baixos que tu.
E ainda assim o teu pedido eu concedo:
para junto de Eilinel tu brevemente irás,
e jazerás na sua cama, sem mais saber
de guerra - ou humanidade. Toma a tua paga!"

E Gorlim então foi arrastado para longe,
e cruelmente morto; e por fim
na molhada terra o seu corpo deitaram,
onde Eilinel à muito tempo jazia
nos bosques queimados pelos carniceiros morta.
Assim Gorlim teve uma morte má,
e amaldiçoou-se com o ultimo suspiro,
e Barahir finalmente foi apanhado
na armadilha de Morgoth; pois feita em nada
pela traição foi a antiga graça
que guardava à muito aquele lugar solitário,
Tarn Aeluin: agora tudo estava à vista
fosse caminhos secretos ou lares escondidos

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