quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Balada de Leithian Parte 8


Abaixo segue-se a quinta parte do segundo capítulo da Balada de Leithian. Boa Leitura!

A Aventura de Beren filho de Barahir e Lúthien a elfa chamada Tinúviel o rouxinol ou a Balada de Leithian Libertação do Cativeiro:

De Beren filho de Barahir e a sua fuga

Escuras do Norte agora sopravam as nuvens;
os ventos de Outono frios e barulhentos
assobiavam na erva; tristes e cinzentas
estavam as águas do lamentoso Aeluin.
"Filho Beren", disse então Barahir,
"Tu sabes do rumor que ouvimos
da força da Gaurhoth que foi enviada
contra nós; e a nossa comida esta quase acabada.
Em ti a sorte cai pela nossa lei
de ir agora sozinho para encontrar
a ajuda que puderes dos poucos escondidos
que ainda nos alimentam, e que novidades
há a saber. Que a sorte esteja contigo!
Volta depressa, pois relutantemente
nós te dispensamos da nossa irmandade,
tão pequena: pois Gorlim na floresta
à muito que está perdido ou morto. Adeus!"
Enquanto Beren se afastava, como um eco ainda
ressoava no seu coração aquela palavra,
a última do seu pai que ele ouviu.

Através de campos e pântanos, por árvores e mato
ele vagueou; ele viu o fogo
do campo de Sauron, ouviu os uivos
dos Orcs a caçar e de lobos a rondar;
e voltando a trás, por longo caminho,
a noite rapidamente na floresta caiu.
Com cansaço ele então teve de dormir,
satisfeito para um buraco de texugo rastejou,
e ainda assim ele ouviu (ou sonhou que ouvia)
por perto um exército a marchar
com o tilintar da malha e os choques dos escudos
a subir em direcção aos pedregosos campos montanhosos.
Ele caiu então em trevas profundas,
até que, como um homem que se afoga
chega à superfície arfando, parecia-lhe que
ele subia através de visco perto da beira
de sombrios charcos debaixo de árvores mortas.
Os seus ramos lívidos na brisa fria
tremiam, e todas as folhas negras se agitavam:
em cada folha um negro e barulhento pássaro,
cujo bico uma gota de sangue deixava cair.
Ele tremeu, lutando para de lá rastejar,
através das ventosas ervas, quando muito longe
ele viu uma sombra fraca e cinzenta
deslizando através do triste lago.
Lentamente chegou, e calmamente falou:
"Gorlim eu fui, mas agora um espectro
de vontade derrotado, fé quebrada,
traidor traído. Vai! Não fiques aqui!
Acorda, filho de Barahir,
e apressa-te! Pois os dedos de Morgoth fecham-se
sobre a garganta do teu pai; ele sabe
os vossos locais de encontro, os vossos caminhos, o vosso lar secreto."
Então ele revelou a armadilha diabólica
em que tinha caído, e falhado; e por último
pedindo perdão, chorou, e passou
para a escuridão. Beren acordou,
saltou como que subitamente atacado
com o fogo da raiva cheio. O seu arco
e espada ele agarrou e como um cabrito
rápido nas rochas e no mato ele apressou-se
antes da aurora. Antes do dia morrer
ao Aeluin por fim chegou,
enquanto o sol vermelho se afundava no Oeste em chamas;
mas o Aeluin estava vermelho com sangue,
vermelhas estavam as pedras e a lama pisada.
Pretos nas bétulas sentavam-se em fila
os corvos e aves de carniça;
molhados estavam os seus bicos, e preta a carne
que pingava debaixo das suas patas fechadas.
Um grasnou: "Há, há, ele chega demasiado tarde!"
"Há, há!" os outros responderam, "há! demasiado tarde!"
Então Beren enterrou os ossos do seu pai
com pressa debaixo de um monte de pedras;
nenhumas runas ou palavras ele escreveu
sobre Barahir, mas três vezes bateu
na pedra mais alta, e três vezes bem alto
ele gritou o seu nome. "A tua morte" ele jurou,
"Eu vou vingar. Sim, o meu destino
deve levar-me pelo menos à porta de Angband."
E então ele voltou-se, e não chorou:
tão escuro estava o seu coração, a ferida demasiado funda.
Fora para a noite, tão fria como pedras,
sem amor, sem amigos, ele partiu sozinho.

Da sabedoria dos caçadores ele não precisou
para o rasto encontrar. Com pouca atenção
o seu impiedoso inimigo, seguro e orgulhoso,
marchou para norte com altos sons
de trompas de bronze para o seu senhor saudar,
pisando a terra com pés moedores.
Atrás deles ousado mas esgotado ia
agora Beren, rápido como um cão num rasto,
até que ao lado de um escuro poço,
onde o Rivil subia das profundezas
e descia até ao pântano de Serech em corrente,
ele encontrou os assassinos, os seus inimigos.
De um esconderijo na vertente de uma colina próxima
ele viu-os a todos: apesar de menos do que temia,
demasiados para com a sua espada e arco
matar sozinho. Então, rastejando baixo
como uma cobra na erva, mais perto se chegou.
Ali muitos esgotados com a marcha dormiam,
mas os capitães, deitados na erva,
bebiam e de mão em mão deixavam passar
a sua pilhagem, regateando cada pequena coisa
tirada dos corpos mortos. Um deles um anel
ergueu, e riu: "Agora, companheiros," ele gritou
"aqui está a minha! E eu não serei negado,
apesar de poucos serem iguais a este na terra.
Pois fui eu que o tirei da mão
desse mesmo Barahir que eu matei,
o ladrão maldito. Se as histórias são verdadeiras,
ele recebeu-o de um qualquer senhor élfico,
pelo serviço mercenário da sua espada.
Nenhuma ajuda lhe deu - ele está morto,
São perigosos, os anéis élficos, diz-se;
só pelo ouro eu vou guarda-lo, sim
e assim aumento o meu escasso pagamento.
O velho Sauron mandou-me traze-lo de volta,
e ainda assim, eu acho, que ele não tem falta
de mais riqueza no seu tesouro:
quanto mais grande mais ganancioso o senhor!
Então ouçam, companheiros, isto todos devem jurar
que a mão de Barahir estava nua!"
E assim que acabou de falar uma seta voou
de trás das árvores, e mortalmente
sufocado ele caiu com uma farpa na garganta;
com a face malévola na terra ele bateu.
Avançando, então como um lobo feroz lá saltou
Beren para entre eles. Dois ele varreu
para o lado com a espada; apanhou o anel;
matou um que o agarrou; com um salto
de volta à sombra passou, e fugiu
antes que gritos de raiva e medo
de emboscada nos vales soassem.
Então atrás dele como lobos eles lançaram-se,
uivando e amaldiçoando, rangendo dentes,
cortando e entrando por dentro do mato,
atirando setas selvagens, umas atrás das outras,
às trémulas sombras ou agitadas folhas.
Em profética hora foi Beren nascido:
ele riu-se com os dardos e sonoras trompas;
o mais rápido em pés dos homens vivos,
incansável nos campos e rápido em pântanos,
sábio nos bosques, ele desapareceu,
defendido pela sua malha cinzenta
de arte anã em Nogrod feita,
onde os martelos tocam na sombra das cavernas.

Como destemido Beren foi reconhecido:
quando os homens mais duros sobre a terra
foram cantados o povo falava o seu nome,
predizendo que a sua fama futura
iria até o dourado Hador passar
ou Barahir ou Bregolas;
mas a tristeza agora no seu coração tinha-se tornado
em feroz desespero, não mais ele lutava
com esperança de vida ou alegria ou louvor,
mas procurando usar os seus dias
somente para Morgoth profundamente sentir
o ferrão do seu aço vingador,
antes da morte ele encontrar e o fim da dor:
o seu único medo era as correntes da escravidão.
O perigo ele procurava e a morte perseguia,
e assim escapou do destino por ele pretendido
e acções de espantosa audácia forjou
sozinho, das quais o seu rumor trouxe
nova esperança para muitos homens destroçados.
Eles sussurravam "Beren", e começavam
em segredo espadas a afiar, e docemente
por corações amortalhados ao entardecer muitas vezes
canções eles cantavam do arco de Beren,
de Dagmor a sua espada: como ele ia
silencioso aos acampamentos e matava o chefe,
ou apanhado no seu esconderijo para além da esperança
conseguia escapar, e sobre a noite
pelo nevoeiro ou lua, ou pela luz
do dia aparecia outra vez.
De caçadores caçados, assassinos assassinados
eles cantavam, de Gorgol o Carniceiro decepado,
da emboscada em Ladros, de fogo em Drûn,
de trinta em uma batalha mortos,
de lobos que gemiam como cachorros e fugiam
sim, o próprio Sauron com ferida na mão.
Assim um só encheu toda aquela terra
com medo e morte para o povo de Morgoth;
os seus camaradas eram a faia e o carvalho
que não o traíam, e animais cautelosos
com pêlo e pele e asas emplumadas
que silenciosamente vagueavam, ou que viviam sozinhos
em colinas e na natureza e na desolação das pedras
vigiavam todos os seus caminhos, os seus fiéis amigos.

No entanto raramente bem um fora-da-lei acaba;
e Morgoth era o rei mais forte
que todo o mundo tinha em canção
registado; escura através da terra
chegava a sombra da sua mão,
a cada recuo regressava outra vez;
mais dois exércitos foram enviados para um só inimigo matar.
A nova esperança foi amordaçada, todos os rebeldes mortos;
apagados os fogos, as canções pararam,
árvores caíram, a erva queimada, e através da desolação
marchou a negra hoste de Orcs a correr.
Quase que fechavam o seu anel de aço
a volta de Beren; dificilmente no seu encalço
agora cavalgavam os espiões; dentro da barreira
toda a ajuda era cortada, na orla
da morte à distância ele se manteve aterrado
e sabia que ou tinha que morrer por fim,
ou fugir da terra de Barahir,
a sua terra amada. Ao lado do lago
debaixo de um monte de pedras sem nome
apodrecem esses outrora grandiosos ossos,
esquecidos por filho e família,
pranteados pelas águas do Aeluin.

Numa noite de Inverno o desabrigado Norte
ele deixou para trás, e iludindo
o cerco de seu atento inimigo
ele passou - uma sombra na neve,
um sopro de vento, e ele tinha desaparecido,
a ruína de Dorthonion,
Tarn Aeluin e as suas águas escureceram,
por nunca mais voltarem a vê-lo.
Não mais o arco escondido cantará,
não mais as afiadas setas voarão,
não mais a sua cabeça cobiçada se deitará
sobre a erva debaixo do céu.
As estrelas do Norte, cujo o fogo prateado
os Homens antigos chamaram de Rosa Ardente,
puseram-se por trás das suas costas, e brilharam
naquela terra esquecida: ele tinha desaparecido.

Para Sul ele virou, e para Sul a
sua longa e solitária jornada ficava,
enquanto aparecessem à frente do seu caminho
os temerosos picos de Gorgoroth.
Nunca tinha o pé do homem mais ousado
ainda pisado aquelas montanhas íngremes e frias,
nem subido até ao seu súbito desfiladeiro,
donde, aterrorizados, os olhos sempre se voltam encolhidos
para ver os penhascos do sul cair desviando-se
em pináculos de rochas e contrafortes
descendentes para as sombras que foram postas
antes do Sol e Lua serem feitos.
Em vales tecidas com engano
e lavadas com águas amargas
a magia negra escondia-se em becos e vales;
mas muito longe do alcance
do olhar mortal o olho da águia
de estonteantes torres que furam o céu
podia cinzenta e brilhante ver ao longe,
tão bela como água sob as estrelas,
Beleriand, Beleriand,
as fronteiras da terra Élfica.



Happy Thanksgiving


E aí a sua família inteira se reuniu hoje para o almoço, e vamos dizer que ele era um peru?Se a resposta for sim ficarei muito surpresa e descofiarei que você mora nos Estados Unidos ou no Canadá, ou que sua família compreende apenas você, seu pai e sua mãe e que vocês amam comer peru toda quinta-feira. Então hoje você agradeceu a seus amigos por te aturarem? (eu agradeci os meus, eles responderam que me aturavam por que achavam que eu ia virar um serial killer e matar todos que me ignoraram na escola...eles tem toda razão :b). Agradeceu sua mãe por não ter se livrado de você quando nasceu, mesmo você sendo feio e tendo sérios problemas mentais? Agradeceu a Deus por não ser a idiota que escreve esse blog? Agradeceu? Se não agradeceu a ninguém hoje, corra e agradeça! Hoje é o Dia de Ação de Graças, faça algo legal a alguém (nem que esse alguém seja você mesmo). Bem, eu vou fazer minha parte:
Obrigado caro leitor, por sempre ler as besteiras aqui escritas e descritas!
Enfim, Happy Thanksgiving!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O Hobbit - J.R.R.Tolkien

Acho que não é segredo que eu simplesmente amo Tolkien!
Então aqui vai mais uma de suas obras primas: O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez (título original em inglês: The Hobbit or There and Back Again) é um livro escrito por J. R. R. Tolkien, publicado em 21 de setembro de 1937, cuja narrativa antecede a história contada na série "O Senhor dos Anéis", em 60 anos, tempo em que Bilbo fica com o anel até o retorno de Sauron, o Senhor do Escuro.
Foi o primeiro livro publicado por Tolkien e fez sucesso imediatamente. Muitos não sabem, mas se não fosse o Hobbit possivelmente o Senhor dos Anéis não existiria. Foi somente por pedido da editora que o professor escreveu uma continuidade para a história, pois ele preferia escrever a história de antes do Hobbit ou o que hoje é conhecido como o Silmarillion ou The History of Middle-earth.
Criado a princípio apenas para divertir os filhos de Tolkien, o livro não devia integrar a cuidadosa arquitetura mitológica que o autor começara a desenvolver vinte anos antes de sua publicação, embora utilizasse alguns elementos desta, como as menções a Elrond, Gondolin e os Altos-elfos. Contudo, o episódio do achado do Anel por Bilbo, presente em "O Hobbit", provou ser a chave para o desenvolvimento posterior da mitologia tolkieniana e para sua arrebatadora conclusão em "O Senhor dos Anéis".
O Hobbit - Capa Tolkien
"O Hobbit" foi publicado no Brasil pelas editoras Artenova e Martins Fontes. A primeira foi da Artenova, segundo consta sem autorização. A Martins Fontes lançou sua primeira versão em 1994 e em maio de 2002, a reeditou O Hobbit com capa ilustrada pelo próprio Tolkien.



A História

"O Hobbit" conta a inesperada aventura vivida por Bilbo Bolseiro, um hobbit acostumado à placidez e à boa mesa que tem seu mundo seguro virado de ponta-cabeça pela aparição do grande mago Gandalf, o Cinzento. Acompanhado pelo nobre anão Thorin Escudo de Carvalho e seus 13 companheiros, Gandalf quer a ajuda de Bilbo para realizar uma empresa aparentemente impossível: invadir a toca do terrível dragão Smaug, na Montanha Solitária, e recuperar o fabuloso tesouro da família de Thorin, roubado pelo dragão.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

7° Bienal do Mercosul

Sábado fui com a escola na Bienal. Primeiro visitamos o Margs e depois passamos rapidamente (bem rapidamente, pro meu gosto, em torno de 15 minutos) pelo Cais do Porto. Admito que nunca gostei muito de Arte Conteporanea, porém devo dizer que achei a Bienal muito legal. Todas, ou a grande maioria eram bem legais! Por um passeio desses da até para aceitar acordar as seis e meia.



  • A sala com ilusões de ótica, acima está uma das minhas obras preferidas, o artista usou muitos tons de cinza em degradê, oque deu um "baita" efeito!


  • Aqui em cima o artista pintou de vermelho várias páginas de jornais e revistas. Ele quis mostrar como era na ditadura, a onde várias informações importantes eram censuradas.


Para que quiser ver mais a Bienal está aberta ao público, nos armazéns do Cais do Porto e no Museu de Artes do Rio Grande do Sul (MARGS).

Feira do Livro de Porto Alegre


Estou meio atrasadinha, mas como não pude postar antes vou postar hoje. 55° Feira do Livro de Poa. Nossa! Eu me lembro da 50° , ainda tenho o marcador de página com a pipoca, "55° Feira do Livro de Porto Alegre, a 50 anos a feira do livro da gente. A Feira do Livro do Pipoqueiro". É claro que em cinco anos algumas coisas mudaram, se antes (com 8 anos) eu comprei as Viagens de Gulliver e Moby Dick, nesta edição comprei O Hobbit. É claro que antes de comprá-lo passei por todas as bancas. Achei o mesmo livro por R$ 50,00 (no lugar em que era mais caro) e R$ 33,90 (no lugar mais barato, e é claro que foi aí que eu comprei ;D). Porém o mais íncrivel é que em um domingo eu fui na Feira e comprei O Hobbit, e no sábado seguinte eu fui na Só Ler (um sebo aqui de NH) e comprei o volúme único do Senhor dos Anéis por R$30,00, tudo bem que ele é usado e sua edição é de 2002, mas só para ter uma noção enquanto o Hobbit tem em torno de 300 páginas o Senhor dos Anéis tem umas 1200. Eu fui na feira para achar promoções, e para minha surpresa, as melhores que encontro estão em minha cidade, Novo Hamburgo!

domingo, 22 de novembro de 2009

Os Filhos de Húrin


Faltam 12 dias, 12 dias para uma nova aventura, para um nova alegria e também uma nova tristeza. Não entendeu? Tudo bem, já explico. Não vou viajar, ficarei em casa, possivelmente em uma poltrona acolchegante ou em um canto no sofá, porém daqui a 12 dias poderei desfrutar de uma nova aventura, essa contada pelas palavras do maior escritor de todos os tempos, J.R.R. Tolkien, que mesmo depois de morto consegue fazer sucesso e lançar livros. Esse, os filhos de Húrin, conta detalhadamente a história que é resumida em um capítulo no Silmarillion, Túrin Turambar. Este livro será uma nova alegria, como qualquer outra obra nova que consigo do professor Tolkien. Porém também será uma nova tristeza, pois a história conta como Húrin foi amaldiçoado por Morgoth, o Primeiro Senhor do Escuro e Inimigo de Arda, e como se desenrolou um futuro sombriu a seus filhos, cheios de tristezas e tragédias.
Se um dia me encontrar com Cristopher Tolkien, lhe darei um abraço e agradecerei muito pelos livros que editou e lançou, mesmo depois da morte de seu incrível pai.
Se você, como eu, é fã de Tolkien, aí vai alguns dados adicionais sobre o livro, que já pode ser comprado na Pré-Venda do Submarino:

  • Os Filhos de Húrin

    Muito antes da era de O Senhor dos Anéis, Morgoth, o primeiro Senhor do Escuro, lança uma terrível maldição contra toda a família de Húrin, o homem que tinha ousado desafiá-lo frente a frente. Assim, os destinos de Túrin e de sua irmã Niënor serão tragicamente entrelaçados. A vida breve e apaixonada dos dois irmãos é dominada pelo ódio de Morgoth, que envia seu mais temível servo, Glaurung, poderoso espírito na forma de um enorme dragão de fogo sem asas, numa tentativa de cumprir sua maldição e destruir os filhos de Húrin.

    Tradução: Ronald Eduard Kyrmse

  • Editora: WMF
  • Autor: J.R.R. TOLKIEN
  • ISBN: 9788578271985
  • Origem: Nacional
  • Ano: 2009
  • Edição: 1
  • Número de páginas: 338
  • Acabamento: Brochura
  • Formato: Médio

Estréia de Lua Nova


Enfim a estréia de Lua Nova! Eu não fui ver e não vou ir. Muitas pessoas discordarão do que direi, mas essa é minha opinião e não posso fazer nada a respeito. Mas retomando, não vou ir ver por um simples motivo: Crepúsculo é um ótimo livro, Lua Nova é chato, Eclipse é legal e Amanhecer, bem, eu preferia não ter lido! A autora acabou com a história, na minha opinião, e a última coisa que eu esperava era aquele felizes para sempre no final. A respeito do filme: Edward Cullen é descrito como um Deus Grego no livro, e na minha imaginação ele era simplesmente perfeito, então colocaram Robert Pattison para fazer seu papel, e Meu Deus, ele ficou gay (eu sei que vão me bater quando eu sair na rua) e feio!
Fãs de Crepúsculo me desculpem, mas resolvi há algum tempo que, na minha cabeça, a Saga de Crepúsculo não existe, o que existe é um livro, e apenas um, chamado Crepúsculo, que conta a história do amor de uma humana com um vampiro, e de como no final ele deixou ela virar vampira e eles viveram juntos e felizes, quem sabe não para sempre, mas até quando assim quiseram!
Eu acho que assim é melhor, e você, o que acha?

domingo, 8 de novembro de 2009

Sebo - Luís Fernando Verissímo

E aí vai a crônica de novembro. Eu adorei!!! Boa Leitura!!!

Sebo

O homem disse o próprio nome e ficou me olhando atentamente. Como alguém que tivesse atirado uma moeda num poço e esperasse o "plim" no fundo. Repeti o nome algumas vezes e finalmente me lembrei. Plim. Mas claro.
- Comprei um livro seu não faz muito.
Ele sorriu, mas apenas com a boca. Perguntou se podia entrar. Pedi para ele esperar até que eu desengatasse as sete trancas da porta.
- Você compreende - expliquei -, com essa onda de assassinatos...
Ele compreendia. Estranhos assassinatos. Todas as vítimas eram intelectuais. Ou pelo menos tinham livros em casa. Dezesseis vítimas até então. Se soubesse que seria a décima sétima eu não teria me apressado tanto com as correntes.
- Você leu meu livro? - ele perguntou.
- Li!
Essa terrível necessidade de não magoar os outros. Principalmente os autores novos.
- Não leu - disse ele.
- Li. Li!
Essa obscena compulsão de ser amado.
- Leu todo?
- Todo.
Ele ainda me olhava, desconfiado. Elaborei:
- Aliás, peguei e não larguei mais até chegar ao fim.
Ele ficou em silêncio. Elaborei mais:
- Depois li de novo.
Ele nada. Exclamei:
- Uma beleza!
- Onde é que ele está?
Meu Deus, ele queria a prova. Fiz um gesto vago na direção da estante. Felizmente, nunca botei um livro fora na minha vida. Ainda tenho - ainda tinha - o meu Livro do bebê. Com a impressão do meu pé recém-nascido, pobre de mim. Venero livros. Tenho pilhas e pilhas de livros. Gosto do cheiro de livros novos e antigos. Passo dias dentro de livrarias. Gosto de manusear livros, de sentir a textura do papel com os dedos, de sentir seu volume na mão. Me ocupo tanto de livros e quase não me sobra tempo para a leitura.
Ele encontrou seu livro. Nós dois suspiramos, aliviados. Como é fácil fazer a alegria dos outros, pensei. Com uma pequena mentira eu talvez tivesse dado o empurrão definitivo numa vocação literária que, de outra forma, se frustraria.
Num transbordamento de caridade, declarei:
- Que livro! Puxa!
Mas ele não me ouviu. Apertava o livro entre as mãos. Disse:
- O último. Finalmente.
- O quê?
Ele começou a avançar na minha direção. Contou que a tiragem do livro tinha sido pequena. Quinhentos exemplares. Sua mãe comprara 30 e morrera antes de distribuir aos parentes. Ele tinha ficado com 453. Dezessete cópias tinham acabado num sebo que, através dos anos, vendera todos. Ele seguira a pista de 16 dos 17 compradores e os estrangulara. Faltava o décimo sétimo.
- Por quê? - gritei. E acrescentei, anacronicamente: - Homem de Deus?
No livro tinha um cacófato horrível. Ele não podia suportar a idéia de descobrirem seu cacófato.
- Eu não notei! Eu não notei! - protestei.
Não adiantou. Ninguém que tivesse lido o livro podia continuar vivo. Ele queria deixar o mundo tão inédito quanto nascera.
- Mas essas coisas não têm import... - comecei a dizer.
Mas ele me pegou e me estrangulou.
Bem feito! Para eu aprender a não ser bem-educado. Meu consolo é que depois ele descobriria que as páginas do livro não tinham sido abertas e o remorso envenenaria suas noites.
Enfim. É o que dá freqüentar sebos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Princesas da Disney Darks

Aproveitando que estamos na semana entre o Halloween e a Sexta-feira treze, achei apropriado postar aqui como seriam as Princesas da Disney Darks. Acho que todo mundo sabe que as histórias dessas princesas eram a princípio para assustar as crianças e que a Disney as adaptou para contos de Fada. Confira abaixo as Punk Princess:







terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Balada de Leithian Parte 7


Abaixo segue-se a quarta parte do segundo capítulo da Balada de Leithian. Boa Leitura!

A Aventura de Beren filho de Barahir e Lúthien a elfa chamada Tinúviel o rouxinol ou a Balada de Leithian Libertação do Cativeiro:

De Gorlim o Infeliz

Gorlim o Infeliz, filho de Angrim,
como a história conta, destes era o
mais impetuoso e desesperado. Ele para esposa,
enquanto boa a sorte da sua vida,
escolheu a branca donzela Eilinel:
doce amor eles tinham antes do mal chegar.
Para a guerra ele foi; da guerra regressou
para encontrar os seus campos e quinta queimados,
a sua casa esquecida sem tecto estava,
vazia entre o bosque sem folhas;
e Eilinel, branca Eilinel,
foi levada para onde ninguém podia dizer,
para a morte e escravidão muito longe.
Negra foi a sombra desse dia
para sempre no seu coração, e a duvida
ainda o roía enquanto ele andava
pela natureza procurando, ou à noite
muitas vezes sem sono, pensando que ela podia
antes do mal ter vindo fugido a tempo
para os bosques: ela não estava morta,
ela vivia, ela voltaria outra vez
para o procurar, e considera-lo ia morto.
Assim às vezes ele deixava o esconderijo,
e secretamente, sozinho, ia correndo perigo,
visitar a sua velha casa à noite,
partida e fria, sem fogo ou luz,
e nada senão desgosto renovado ganhava,
observando e esperando em vão.

Em vão, ou pior - pois muitos espiões
tinha Morgoth, muitos olhos ocultos
bem usados para penetrar o escuro mais negro;
e a chegada de Gorlim eles assinalaram
e reportaram. Assim chegou um dia
quando uma vez mais Gorlim rastejou até lá,
pela deserta estrada de erva
ao entardecer de um triste Outono com chuva
e frio vento lamentoso. Olhai! uma luz
na janela flutuando na noite
pasmado ele viu; e aproximando-se,
com fraca esperança e súbito medo,
ele olhou para dentro. Era Eilinel!
Apesar de estar diferente, ele conheceu-a bem.
Com desgosto e fome ela estava cansada,
os seus cabelos emaranhados, vestido rasgado;
seus olhos gentis com lágrimas estavam sombrios,
enquanto docemente chorava: "Gorlim, Gorlim!
Tu não me podes ter esquecido.
Então morto, ai de mim! Tu deves estar morto!
E eu devo permanecer fria, sozinha,
e sem amor como uma pedra estéril!"

Um grito ele deu - e então a luz
apagou-se, e no vento da noite
lobos uivaram; e no seu ombro caíram
subitamente as tormentosas mãos do inferno.
Ali os servos de Morgoth rapidamente o apanharam
e ele foi cruelmente atado, e trazido
a Sauron, capitão da hoste,
o senhor de lobisomens e fantasmas,
o mais hediondo e cruel de todos os que se ajoelham
diante do trono de Morgoth. Em grandeza ele habitava
na Ilha de Gaurhoth; mas agora tinha conduzido
a sua força para fora, a mando de Morgoth
para encontrar o rebelde Barahir.
Ele estava num escuro acampamento próximo,
e para ai os seus carniceiros arrastaram a sua presa.
Agora ali em angustia estava Gorlim:
com corda no pescoço, em mão e pé,
a cruel tormento foi sujeito,
para quebrar a sua vontade e o forçar
a comprar com traição o fim da dor.
Mas nada ele revelou
de Barahir, nem quebrou o selo
de fé que na sua língua estava posto;
até que por fim uma pausa foi feita,
e um chegou calmamente a seu lado,
uma forma escura que se inclinou, e falou
lhe de Eilinel sua mulher.
"Queres tu," disse ele, "esquecer a tua vida,
que com umas poucas palavras pode ganhar a libertação
para ela, e para ti, podendo partir em paz,
vivendo juntos longe da guerra,
amigos do Rei? Que queres tu mais?"
E Gorlim, agora muito cansado com dor,
e ansiando por ver a sua esposa outra vez
(que ele supunha que tinha sido também apanhada
na rede de Sauron), permitiu o pensamento
crescer, e vacilou no seu juramento.
Então direito, com pouca vontade e relutante,
eles trouxeram-no para a cadeira de pedra
onde Sauron se sentava. Ele ficou sozinho
diante daquela escura e tenebrosa face,
e Sauron disse: "Vamos, escória mortal!
O que é que eu ouvi? Que tu ousas querer
negociar comigo? Bem, fala a verdade!
Qual é o teu preço?" E Gorlim lentamente
baixou a cabeça, e com grande desgosto,
palavra por palavra, por fim implorou
aquele impiedoso e pérfido senhor
que ele pudesse partir livre, e pudesse
outra vez encontrar Eilinel a Branca,
e viver com ela, e deixar a guerra
contra o Rei. Ele não pediu mais.

Então Sauron sorriu, e disse: "Escravo!
O preço que pedes é pequeno
por traição e vergonha tão grande!
Eu concedo-to com certeza! Bem, eu espero:
Vamos! Fala depressa e fala verdade!"
Então Gorlim hesitou, e recuou
um pouco; mas o olho assustador de Sauron
fê-lo parar, e ele não se atreveu a mentir:
assim que ele começou, assim ele se encaminhou
do primeiro passo em falso para um fim desleal:
a tudo ele teve que responder como sabia,
traindo o seu senhor e irmandade,
e acabando, caiu sobre a sua face.

Então Sauron riu bem alto, "Sua escória,
seu verme curvado! Levanta-te,
e ouve-me! E agora bebe a taça
que eu docemente misturei para ti!
Seu idiota: vistes um fantasma
que eu, eu Sauron fiz para enganar
a tua vista. Nada mais estava ali.
Os espectros de Sauron são demasiado frios para casar!
A tua Eilinel! À muito que está morta,
morta, alimento de vermes menos baixos que tu.
E ainda assim o teu pedido eu concedo:
para junto de Eilinel tu brevemente irás,
e jazerás na sua cama, sem mais saber
de guerra - ou humanidade. Toma a tua paga!"

E Gorlim então foi arrastado para longe,
e cruelmente morto; e por fim
na molhada terra o seu corpo deitaram,
onde Eilinel à muito tempo jazia
nos bosques queimados pelos carniceiros morta.
Assim Gorlim teve uma morte má,
e amaldiçoou-se com o ultimo suspiro,
e Barahir finalmente foi apanhado
na armadilha de Morgoth; pois feita em nada
pela traição foi a antiga graça
que guardava à muito aquele lugar solitário,
Tarn Aeluin: agora tudo estava à vista
fosse caminhos secretos ou lares escondidos