segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Balada de Leithian Parte 1


Abaixo segue-se o primeiro capítulo da Balada de Leithian. Este poema foi traduzido por um fã de Tolkien, Aegnor.
Introdução do Tradutor:

Finalmente acabei a tradução deste longo poema "The Lay of Leithian", A Libertação do Cativeiro. Podem encontrar a versão original no 3º volume da série "History of Midde-Eath": The Lays of Beleriand. Comecei a traduzir pequenos excertos à mais de um ano, e posso dizer que fiquei apaixonado por este texto. Sempre gostei da História de Beren e Lúthien no Silmarillion, mas este poema dá uma nova dimensão à história.
Deixo aqui um comentário de C. S. Lewis (amigo de Tolkien), acerca do poema:


“Eu sentei-me tarde ontem à noite e li a Aventura até onde Beren e os seus aliados elfos derrotam os orcs acima das nascentes do Narog e se disfarçam no rëaf [Inglês Antigo: "vestimentas, armas, tiradas dos mortos"]. Eu posso dizer muito honestamente que havia tempos desde que eu tinha uma tarde tão deliciosa: e o interesse pessoal de ler o trabalho de um amigo teve muito pouco a ver com isso. Eu teria gostado igualmente se a tivesse comprado numa livraria, feita por um autor desconhecido. As duas coisas que se destacam são o sentido de realidade no segundo plano e o valor mítico: a essência de um mito é que não deve ter nenhum gosto de alegoria para o criador e no entanto deverá sugerir alegorias incipientes ao leitor.”

"A Balada de Leithien" tem duas versões, o texto A e B. O texto aqui traduzido é o B com as últimas alterações feitas por Tolkien após a publicação do "Senhor dos Anéis".


A Aventura de Beren filho de Barahir e Lúthien a elfa chamada Tinúviel o rouxinol ou a Balada de Leithian Libertação do Cativeiro:
I – De Thingol em Doriath

Havia um rei nos dias de antigamente:
antes dos homens caminharem na terra
o seu poder era reverenciado na sombra das cavernas,
a sua mão estava sobre os vales e clareiras.
De folhas a sua coroa, o seu manto verde,
as suas lanças prateadas longas e afiadas,
a luz das estrelas no seu escudo era apanhada,
antes da Lua ser feita ou o Sol forjado.
Nos dias futuros quando para a costa
da Terra-Média de Valinor
as hostes Élficas em força regressaram,
e bandeiras voaram e faróis queimaram,
quando os reis de Eldamar passaram
em força de guerra, debaixo do céu
então ainda as suas trompas de prata troaram
quando o Sol era jovem e a Lua nova.
Longe então em Beleriand,
na terra cercada de Doriath,
o Rei Thingol sentava-se no trono guardado
nos muitos salões de colunas de pedra:
ali o berilo, pérolas, e a pálida opala,
e o metal forjado como escamas de peixe,
escudos e coletes, machados e espadas,
e brilhantes lanças eram deitadas em tesouros:
tudo isto ele tinha e achava pouco,
pois mais querida do que toda a riqueza em salões,
e mais bela do que as nascidas dos Homens,
uma filha ele tinha, Lúthien.

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