domingo, 18 de outubro de 2009

A Balada de Leithian parte 4


Abaixo segue-se o segundo capítulo da Balada de Leithian. Boa Leitura!
A Aventura de Beren filho de Barahir e Lúthien a elfa chamada Tinúviel o rouxinol ou a Balada de Leithian Libertação do Cativeiro:
II – De Morgoth e a Traição de Gorlim

Longe nas colinas de pedra do Norte
em cavernas escuras havia um trono
por chamas cercado; ali o fumo
em turbilhantes colunas subia para sufocar
o sopro da vida, e ai em fundas
e sufocantes masmorras perdidas arrastavam-se
para a morte sem esperança todos aqueles que se perdiam
debaixo daquela sombra horrenda.
Um rei ai se sentava, o mais escuro e terrível
de todos os que sob o céu habitam.
Do que a terra ou o mar, do que lua ou estrela
mais antigo ele era, mais poderoso
em mente abismal do dele pensavam
os Eldar ou os Homens, e forjado
com força primitiva; antes da pedra
ser cortada para construir o mundo, sozinho
ele andou na escuridão, feroz e terrível,
queimou-a, enquanto a manejava pelo fogo.
Ele era aquele que deixou em negra ruína
o Reino Abençoado e depois fugiu para
a Terra-Média de novo para construir
por baixo das montanhas mansões cheias
com ilegítimos escravos de ódio:
a sombra da morte reproduzia-se à sua porta.
As suas hostes ele armou com lanças de aço
e archotes em chamas, e no seu encalço
o lobo andava e a serpente rastejava
com olhos vigilantes. Agora em frente eles lançavam-se,
as suas ruinosas legiões, ateando a guerra
em campos, baías e antigas florestas.
Onde longamente a dourada elanor
tinha cintilado entre a erva eles enterraram
os seus estandartes negros, onde o tentilhão tinha cantado
e os harpistas harpas de prata tocado
agora escuros corvos voavam em círculos e gritavam
entre a fumaça, e longe e extensamente
as espadas de Morgoth pingavam com vermelho
acima dos decepados e espezinhados mortos.
Lentamente a sua sombra como uma nuvem
rolou do Norte, e nos orgulhosos
que não cediam a sua vingança caiu;
para a morte ou escravidão sob o Inferno
todas as coisas ele condenou: a terra do Norte
permaneceu encolhida debaixo da sua horrenda mão.

Mas ainda ali vivia em frios esconderijos
o filho de Bëor, Barahir o ousado,
da terra roubado e do senhorio privado
aquele que para príncipe dos Homens nasceu,
e agora um fora-da-lei escondido e deitado
na dura erva e florestas cinzentas.

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